Tá chegando o Arraial Nova-limense 2025! Bora se divertir, gente!
Prepare a roupa xadrez, o chapéu de palha e venha curtir uma das festas mais esperadas do ano. A cidade de No ...
Por Demétrio Amorim – Na última quarta-feira (6), estive presente na abertura da novena em honra de Nossa Senhora do Pilar, excelsa padroeira de Nova Lima, e pude confirmar que há momentos em que a fé e a história se entrelaçam de modo tão profundo que a celebração ultrapassa a emoção e se torna catequese viva sobre a identidade de um povo.
O tocar dos sinos da Igreja Matriz convocou o povo de Deus para um ato que transcendeu o simples calendário litúrgico. O templo, repleto de fiéis de todas as gerações, tornou-se local de comunhão, onde antigos moradores e novos paroquianos se uniram no mesmo fervor. A entrada da imagem restaurada da Virgem do Pilar foi acolhida com lágrimas, preces e um silêncio orante que se fazia pregação.
A presença do arcebispo emérito Dom Orlando Brandes conferiu à assembleia um sentido de pastoreio eclesial e memória viva da missão. Sua homilia, entretecendo lembrança e esperança, soou como um chamado à perseverança na fé.
A Liturgia da Palavra proclamou o Evangelho da Transfiguração, mistério no qual Cristo manifesta sua glória divina e antecipa, aos apóstolos, a vitória pascal. Sob o esplendor barroco do altar-mor — talhado com primor pelo mestre Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho — a Palavra ressoou como exortação à comunidade: deixar-se transfigurar pela graça, para que a contemplação se converta em serviço e esperança ativa.
A celebração eucarística foi mais que rito; foi renovação da aliança entre a comunidade e sua padroeira. A imagem restaurada, reconduzida ao seu trono no santuário, tornou-se sinal sacramental da própria cidade, que, em meio a desafios, busca restaurar valores e redescobrir sua vocação cristã.
A Igreja do Pilar, guardiã de séculos de história e de arte sacra, espelha a alma de Nova Lima, e, naquela noite, a comunidade recordou que as sociedades não vivem apenas de economia e poder, mas se sustentam pela força dos símbolos, dos sacramentos e das histórias que moldam sua fé.
E assim, na harmonia entre o som dos sinos, o perfume do incenso e a luz das velas, Nova Lima celebrou, com piedade e beleza, sua identidade de povo de Deus peregrino, confiado à proteção maternal de Nossa Senhora do Pilar.
Ainda não recebemos comentários. Seja o primeiro a deixar sua opinião.
Deixe um comentário