24/fev

Mulher não opina! A regra cruel de um passado não tão distante – 24 de fevereiro, o dia da conquista do voto feminino no Brasil

Por Júlia Giovanni – Há menos de 100 anos, mais da metade da população brasileira não podia votar. Sabe por quê?
Simplesmente porque eram mulheres

Isso mesmo. Até 1932, o direito ao voto feminino não existia no Brasil. As mulheres não tinham voz na política, vivendo em um cenário de exclusão e desigualdade de direitos. Quem mudou essa história foram as pioneiras do movimento sufragista brasileiro, como Berta Lutz e Mietta Santiago. Inspiradas por movimentos internacionais e guiadas por um forte senso de justiça, essas mulheres enfrentaram preconceitos, discriminações e a resistência de uma sociedade patriarcal.

Se hoje ainda é difícil para as mulheres ocuparem espaços de poder, imagine no início do século XX.

 E isso não aconteceu de um dia para o outro, essa conquista foi o resultado de uma luta de décadas em que mulheres eram privadas de direitos básicos, enquanto homens decidiam o futuro do país. As sufragistas organizaram manifestações, escreveram artigos e desafiaram normas sociais para reivindicar seu direito de escolha. Apenas em 1932, com a promulgação do novo Código Eleitoral, as mulheres finalmente puderam votar.

 No entanto, esse direito era restrito: porque apenas mulheres CASADAS (com autorização dos maridos), viúvas e solteiras com renda própria podiam votar. Foi só em 1946 que o voto feminino se tornou obrigatório e universal, equiparando-se ao direito dos homens. 

Essa conquista abriu portas para a participação feminina em diversos setores da sociedade, mudando o cenário político e social do Brasil. Mas a realidade ainda está longe da igualdade. Apesar de representarem mais de 50% do eleitorado brasileiro, as mulheres ocupam menos de 20% das cadeiras no Congresso Nacional. A sub-representação feminina na política revela um sistema que, embora formalmente inclusivo, continua a reproduzir barreiras estruturais e culturais. 

É fundamental reconhecer o valor dessa luta histórica, mas também é preciso questionar: por que, quase um século depois, a participação feminina na política ainda é tão limitada? O que ainda impede as mulheres de exercerem plenamente sua cidadania política? A conquista do voto foi apenas o primeiro passo. A verdadeira democracia só será alcançada quando as mulheres tiverem voz e poder proporcional à sua presença na sociedade.

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