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Na coluna “Nossa Gente!” desta semana, vamos conhecer a história de Márcia Gurgel, que vai da paixão pela arte de desenhar ao sucesso como artesã
A arte faz parte da vida da nova-limense Márcia Gurgel praticamente desde que ela nasceu. Reconhecida por sua habilidade com as mãos e pela criação de belas peças em arte de tecido, ela não apenas herdou o dom de sua família, mas também aprendeu observando e desenvolvendo um gosto pela criação.
A influência familiar na sua paixão pela arte é evidente. Seu pai, o Sr. José Roscoe, era professor de Artes Industriais do Colégio Estadual e foi fundamental na sua formação artística, estimulando seu gosto pelo desenho.
A paixão pelo artesanato, no entanto, veio da convivência com a sua tia Maria do Pilar – carinhosamente chamada de tia Nina – que teve um papel importante em sua trajetória. Ainda criança, cabia à Márcia desembaraçar os fios de lã e linha que a tia Nina usava para fazer lindas peças de tricô e crochê.
O gosto pela arte de desenhar a levou a cursar Técnico em Edificações e trabalhar como desenhista de mapa geológico na Mineração Morro Velho, empresa na qual ela iniciou sua vida profissional, até se aposentar, quando já era Anglo Gold.
No entanto, o amor pelo artesanato sempre esteve presente em sua vida e por isso ela desenvolvia e vendia suas criações ao círculo de amigos. Mas quando se aposentou, ela abraçou o ofício como empreendedora. A partir disso, ela aprimorou suas técnicas e hoje se destaca no mercado com uma variedade de produtos que trazem vida, cor e alegria aos seus clientes.
Márcia descobriu no patchwork o seu grande diferencial, que agrega valor e destaque nas suas produções, com sua habilidade em mesclar cores e tecidos. Suas bolsinhas porta-celular são os produtos que mais fazem sucesso. As bonequinhas naninhas em formato de travesseiro e com inspirações diversas como Frida Kahlo e japonesinhas compõe a exposição do seu ateliê. “Atualmente as pessoas estão precisando de alegria, de cor e de ver coisas bonitas que tragam satisfação e é isso que eu coloco no que eu faço e por isso valorizam o meu trabalho. Isso pra mim é tudo”, diz.
Apesar do sucesso que vem alcançando, Márcia destaca que a valorização do artesanato ainda é um dos maiores desafios enfrentados pelos artesãos no Brasil. Muitas vezes, as pessoas não compreendem o processo e o empenho que são necessários para produzir uma peça artesanal. “É um trabalho manual , feito com muito amor, que leva um tempo e muita dedicação e por isso algumas pessoas acham caro”, explica.
Porém, Márcia acredita que essa situação pode mudar se houver mais apoio e valorização ao pequeno empreendedor, especialmente às mulheres. Além disso, ela destaca que a valorização também deve partir dos próprios artesãos, que devem ter confiança em seu trabalho e estabelecer um preço justo para os seus produtos.
Acostumada a vender online e para amigos, ela nunca havia participado de feiras de artesanato, mas isso mudou quando foi convidada a fazer parte do projeto “Compre de uma mãe”, que tem como objetivo dar visibilidade aos pequenos negócios de mães empreendedoras da cidade. Segundo ela, além de maior visibilidade, o projeto é importante, pois reúne mães empreendedoras e batalhadoras unidas pelo mesmo sentimento. “Eu recomendo que mulheres que trabalham com artesanato, entrem para a rede, pois assim entenderão o que é fazer parte de um conjunto de pessoas que fazem a diferença”, explica.
Ela incentiva outras pessoas a se juntarem a essa rede para terem sua arte impulsionada e valorizada.
Se tem um nome que define a vida de Márcia é o dinamismo, pois no seu dia a dia, além de cuidar do seu ateliê, da família e praticar religiosamente suas atividades físicas, ela ainda faz questão de destinar uma parte do seu tempo a projetos sociais.
Todas as quarta-feiras, ela participa do grupo “Oficina de Maria”, na igreja Santa Efigênia em Nova Lima. O projeto, coordenado por Sônia Sérgio, é uma iniciativa de mães nova-limenses que produzem enxoval de bebê para famílias carentes, com o apoio do município que fornece gratuitamente o transporte para as voluntárias.
Casada com o aposentado Clever Gurgel, Márcia é mãe dos jovens Pedro e João Paulo e avó da pequena Milena, de seis anos.
Além de esposa, mãe e avó dedicada, Márcia é uma artesã inspiradora que deseja que mais pessoas, especialmente os mais jovens, se inspirem nessa arte e aprendam a valorizá-la. Assim com seus antepassados, ela já ensina a sua neta sobre a importância do processo criativo o seu desejo é que essa tradição tenha mais visibilidade, reconhecimento e valorização social.
Por Ana Carina
Foto: Arquivo pessoal
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