A falácia da “mulher na política” em Nova Lima e a mordaça política no caso da denúncia de abuso na prefeitura

Thiago Carvalho – A coluna de hoje tem o objetivo de levantar alguns questionamentos sobre a grave denúncia de abuso contra uma mulher grávida, supostamente praticado por um fisioterapeuta chefe na prefeitura de Nova Lima

A prefeitura se omite, como em tantos outros casos. Agora, estão pensando na melhor forma de lidar com isso politicamente, sem afetar seu protegido político. Afinal, o acusado, Caio Ferraz, fugiu, e já surgem nas redes sociais fotos que mostram que ele é do círculo social do alto escalão governista. Um cargo de chefe na prefeitura não é fácil de conseguir e, muito menos, ganha-se por méritos profissionais, convenhamos, né?

Dito isto, temos em Nova Lima duas vereadoras eleitas, cerca de 90 pré-candidatas, além de uma suposta indicação a vice-prefeita feminina. Vimos nas últimas semanas eventos onde mulheres foram inseridas na política através de cargos (sem poder) de presidentes de partidos e inúmeros discursos de políticos, homens e mulheres, sobre a importância da voz feminina. Aí eu me pergunto: que voz? Pois, escandalosamente, não houve um posicionamento público dessas pessoas que, na primeira oportunidade, vêm às redes sociais esbravejar sua moralidade sobre casos famosos, mas estão amordaçadas politicamente em falar da prefeitura de Nova Lima.

Para ser justo, até o momento vi os posicionamentos de Izabela Souza, Natália de Jesus, Duda Otero e Roberta Zanon.

O prefeito de Nova Lima, João Marcelo Dieguez, agiu rápido no caso de Alexandre, lembram? Que foi preso rapidamente após Dieguez publicar um vídeo dele quebrando uma grade. Ou mesmo o pichador do Bicame, que João Marcelo fez questão de dizer que “não ama a cidade”. E agora o prefeito permanece calado, o que levanta outro questionamento: por que o silêncio?

Algumas outras perguntas que devem ser respondidas: por que a polícia não foi acionada de imediato? Cadê a gravação das câmeras de segurança? Como o Caio saiu do local sem ser abordado por seus superiores?

Enfim, são perguntas que, se depender da prefeitura de Nova Lima, ficarão sem respostas até o próximo anúncio de uma mulher em cargo público sem voz.

Foto: Redes Sociais