20/set

Candidata a vereadora em Nova Lima lança santinho em braille para promover inclusão de pessoas com deficiência visual

Mariana Cristina Miguel, conhecida como Mari, candidata a vereadora em Nova Lima nas eleições de 2024, inovou ao lançar um santinho eleitoral impresso em braile, reforçando seu compromisso com a inclusão de pessoas com deficiência visual. A iniciativa visa ampliar o acesso à propaganda eleitoral para esse público, que frequentemente é esquecido nas campanhas

De acordo com o Glossário Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o santinho é um pequeno prospecto de propaganda eleitoral, geralmente impresso com foto e número do candidato. Embora o formato virtual tenha se tornado mais comum com o avanço da internet, Mari decidiu apostar na versão impressa adaptada em braile — um sistema de escrita e leitura em relevo utilizado por pessoas cegas ou com baixa visão.

Mari explicou à reportagem do Jornal Minas o que a motivou a produzir esse conteúdo: “Eu luto pela inclusão de forma ampla, não apenas pelas questões que envolvem minhas filhas, que foram a razão inicial da minha luta. Acredito no respeito à pessoa, que vai além da deficiência, e percebo o quanto ainda as pessoas com deficiência são excluídas. Diante de tantas propagandas e anúncios, senti a falta de um material de campanha adaptado.”

A candidata ressaltou ainda a carência de recursos acessíveis em campanhas eleitorais. “Em algumas grandes mídias, às vezes vemos um intérprete de Libras, mas ainda é raro. Eu estou buscando alguém disponível para isso também. E não tínhamos um material em braile até agora”, afirmou Mari.

Para a candidata, a inclusão vai além de oferecer acessibilidade, é também uma forma de valorizar o indivíduo. “Fornecer meios para que a pessoa com deficiência possa exercer suas atividades de forma autônoma é essencial. Isso melhora a autoestima e demonstra respeito. Quando eu ofereço a oportunidade de uma pessoa com deficiência ler um material eleitoral sozinha, estou dizendo que ela é respeitada, valorizada e parte ativa do processo democrático, não alguém esquecido.”

Mari concluiu dizendo que, se sua iniciativa impactar ao menos uma pessoa, já se sentirá realizada. “A inclusão, para mim, vai além das políticas públicas. Quero, sim, fazer política para essas pessoas.”

Por Gisele Maia
Foto: Redes Sociais

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