Justiça avalia inelegibilidade de João Marcelo em dezembro após ação de Gilson Amorim

A Justiça Eleitoral de Nova Lima abriu uma investigação contra o prefeito reeleito João Marcelo Dieguez Pereira (Cidadania) por suposto abuso de poder político e econômico durante o pleito de 2024. A ação, protocolada pelo candidato adversário Gilson Amorim, aponta irregularidades envolvendo eventos públicos financiados com recursos municipais, benefícios concedidos a grupos específicos e o uso de equipamentos públicos em propriedades privadas

Entre as acusações, destacam-se a realização da “Festa do Cavalo”, com cachês de artistas pagos pela prefeitura, a isenção de taxas para apoiadores e a pavimentação de uma área privada da mineradora AngloGold. A organização de eventos religiosos também foi mencionada, com críticas ao uso político da fé das pessoas em celebrações nas quais a gestão do prefeito teria sido promovida por organizadores, com o uso de recursos públicos. Além disso, o lançamento de um livro institucional e a distribuição de maquetes de um teatro municipal antes das eleições teriam configurado promoção pessoal.

O juiz responsável indeferiu o pedido de tutela de urgência para suspender a diplomação de João Marcelo, destacando que as alegações exigem uma análise aprofundada antes de se comprovar a ilegitimidade dos votos. No entanto, uma audiência para análise dos fatos e oitiva de testemunhas foi marcada para 17 de dezembro de 2024, com a presença do Ministério Público Eleitoral e das partes envolvidas. O processo pode resultar na cassação do diploma do prefeito e na sua inelegibilidade, caso os atos sejam considerados graves o suficiente para comprometer a igualdade de condições no processo eleitoral.

Por Thiago Carvalho