Ministério Público de Minas Gerais denuncia ex-prefeito de BH, Alexandre Kalil, por corrupção passiva

Ex-prefeito de Belo Horizonte é acusado de usar empresa contratada pela prefeitura para viabilizar pesquisa eleitoral para as eleições de Governador em 2022, quando foi o candidato apoiado por Lula em Minas Gerais

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) apresentou denúncia contra Alexandre Kalil, ex-prefeito de Belo Horizonte, e Adriana Branco, ex-secretária de Comunicação, por corrupção passiva. Segundo a acusação, ambos teriam se beneficiado de recursos públicos, em 2021, para realizar uma pesquisa eleitoral que auxiliaria na campanha de Kalil ao governo de Minas.

A denúncia, protocolada pela 17ª Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e assinada pelo promotor Leonardo Duque Barbabella, aponta que a pesquisa foi custeada pela empresa Perfil 252, que já prestava serviços à prefeitura. O Ministério Público pede a condenação dos envolvidos e o pagamento de R$ 1,5 milhão por danos morais ao erário.

Acordos paralelos e intermediação suspeita

De acordo com a investigação, a ordem para a realização da pesquisa teria partido de Adalclever Lopes, então secretário de Governo. O empresário Carlos Eduardo Porto Moreno, conhecido como “Cacá Moreno”, afirmou em depoimento que, embora inicialmente tenha recusado a solicitação, cedeu à pressão e concordou em custear a pesquisa.

Para disfarçar o esquema, os envolvidos decidiram utilizar uma terceira empresa como intermediária, que recebeu R$ 60 mil da Perfil 252 para executar o levantamento eleitoral.

Adalclever Lopes, assim como Cacá Moreno e o ex-chefe de gabinete Alberto Lage, que também participaram da articulação, não foram denunciados. Os três firmaram acordos de cooperação com o MPMG e aceitaram cumprir medidas alternativas, o que os excluiu da ação judicial.

Kalil e Adriana Branco não se manifestaram à imprensa sobre a denuncia do MPMG.

Por Redação