Há um ano a Operação Contrato Leonino desmantelou crimes na Câmara de Nova Lima

Desde operação da Polícia Civil e Ministério Público, alguns vereadores mudaram, mas a nova mesa diretora mantém a mesma estrutura, cargos, super salários e segue em seu quadro de funcionários com pessoas indiciadas nesta operação. Apesar do choque para a população de Nova Lima, a Câmara não melhorou sua transparência, nem sua forma de tratar a coisa pública. A cidade segue atônita com os altos salários que podem chegar em até R$ 15 mil reais a um único assessor, quantidade de cargos e contratos mantidos pela casa. No entanto, nada disso parece incomodar o presidente da Câmara Anisinho, que nas últimas semanas contratou mais pessoas, aprovou mais repasse de dinheiro público a empresa Via Ouro, além de aumentar os salários da casa.

No dia 18 de dezembro de 2020, a Policia Civil deflagou a Primeira fase Operação Contrato Leonino em Nova Lima. Foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão na Câmara Municipal de Nova Lima e na casa de vereadores.

Os alvos foram seis, dos dez vereadores do mandato passado com suspeita de envolvimento em um esquema de superfaturamento de contratos e aluguel de veículos.

57 policiais participaram da operação e foram apreendidos documentos, computadores e R$ 70 mil.

Segunda fase

Após cinco meses da primeira fase da Operação Contrato Leonino, o vereador Tiago Tito (PSD) e o chefe de gabinete dele foram presos pela Polícia Civil e Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), na manhã de terça-feira, dia 11 de maio de 2021, durante a segunda fase da operação Contrato Leonino, em Nova Lima, por suspeita de esquema de “rachadinha”. Outros crimes são investigados.

Cassação e afastamento

Um dia após a prisão do vereador Tito, na manhã da quarta-feira, 12 de maio de 2021, a Câmara Municipal recebeu pedido de cassação de mandato por quebra de decoro parlamentar interpelado pelo Advogado Mariel Marra.

Porém, a justiça suspendeu o processo de cassação por erros na montagem da comissão processante pela Câmara de Nova Lima. Em entrevista ao Portal Gazeta Livre, o ex-candidato a vereador Adriano Sidiney dos Reis, conhecido como Adriano ET, disse que “minhas solicitações vêm sendo ignoradas pelos vereadores, que parecem querer proteger os acusados. Eles leram de forma errada minha solicitação, pedi afastamento do vereador e não a quebra de decoro parlamentar. Várias denúncias, vários relatos que eu tenho feito lá na Câmara eles não estão lendo os meus ofícios”, alegou Adriano Reis. “O vereador Tiago Tito está preso há mais de 30 dias com todos os seus assessores recebendo salários, mesmo com o gabinete fechado, um verdadeiro abuso contra a população que paga impostos”, conclui Sidney.

Somente na terça-feira, 14 de setembro de 2021, os vereadores de Nova Lima aprovaram por unanimidade o Decreto Legislativo 392/2021 que declarou a perda do mandato do vereador Tiago Tito por não comparecimento à terceira parte das sessões ordinárias da Câmara em 2021.

O Decreto tem por base o disposto no artigo 43, inciso III do Regimento Interno do Município de Nova Lima e no artigo 39, inciso III, da Lei Orgânica do Município de Nova Lima.

Preso desde 11 de maio de 2021, o vereador completou a 13ª ausência na plenária do dia 24 de julho, o que representa 1/3 das reuniões ordinárias realizadas em 2021.

Novas ameaças e indícios de rachadinha

Um dos autores do projeto de iniciativa popular que prevê moralizar e impor o fim ao pagamento das chamadas rachadinhas recebeu no domingo, 17 de outubro de 2021, mais de 20 ligações e mensagens de um número desconhecido com ameaças contra ele e sua família.

A Câmara de Nova Lima é mais uma vez investigada neste mandato por ameaças a integridade física de um cidadão e práticas de crimes contra o dinheiro público. O Ministério Público através da GAECO e a Polícia Civil foram acionados e novas denúncias começaram a ser apuradas pela Operação Contrato Leonino.

Terceira fase da operação contrato Leonino

A investigações seguem em andamento, vários agentes políticos da cidade estão sendo ouvidos pela Policia Civil e Ministério Público. Em breve uma nova fase da operação deve ser executada, o que levará mais pessoas envolvidas com crimes na Câmara de Nova Lima à prisão.

Por Thiago Carvalho

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