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Vereador Wesley de Jesus criticou desrespeito das mineradoras e propôs abertura de investigação; presidente da Câmara, Thiago Almeida, garantiu apoio institucional
Na noite de quinta-feira (4), a Câmara Municipal de Nova Lima realizou uma audiência pública para discutir os impactos da mineração no município. Apesar da relevância do tema, as duas principais mineradoras da região – Vale S.A. e AngloGold Ashanti – não compareceram ao encontro.
A audiência foi convocada pelo vereador Wesley de Jesus, presidente da Comissão de Meio Ambiente, que abriu os trabalhos lamentando a ausência das empresas. Segundo ele, a Câmara havia notificado as mineradoras formalmente, mas a Vale apenas comunicou no dia da reunião que não enviaria representantes, enquanto a AngloGold informou de última hora que não participaria devido a “agenda previamente estabelecida”.
“Isso é um desrespeito à população de Nova Lima. Estamos aqui para tratar de denúncias graves envolvendo barragens, contaminação de rios e descumprimento de contrapartidas, e as mineradoras simplesmente ignoraram o chamado desta Casa”, afirmou Wesley. Ele anunciou, então, que protocolaria um pedido de abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a atuação das empresas na cidade.
Entre as questões levantadas pela Comissão de Meio Ambiente estão: a situação de descaracterização de barragens em Águas Claras, Tamanduá, Mar Azul, Vargem Grande e Mina do Pico; denúncias de rejeitos contaminando o Rio das Velhas; impactos ambientais e sociais no bairro Jardim Canadá; além da falta de informações sobre famílias removidas de áreas de risco. Também foram mencionadas pendências envolvendo a AngloGold, especialmente relacionadas às comunidades do Galo, Matadouro e Rosário, onde moradores apontam risco de exposição a arsênio e falta de medidas de segurança.
O presidente da Câmara, Thiago Almeida, reforçou a crítica à postura das mineradoras e declarou apoio à proposta de CPI. “A Vale e a AngloGold devem satisfações ao povo de Nova Lima. Esta Casa vai utilizar todos os instrumentos jurídicos necessários para garantir que elas sejam ouvidas e prestem esclarecimentos de forma transparente”, afirmou.
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