Criança se fere em evento da prefeitura e tem atendimento negado na UPA: ‘‘Falta ambulância, papel e impressora’’

Uma criança de 9 anos sofreu um acidente enquanto brincava em um parquinho durante o evento da prefeitura de Nova Lima, “Sexta na Feira”, ontem (24), e teve o atendimento negado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Nova Lima. O caso foi compartilhado pela mãe, Ettiane Lúcia, nas redes sociais, gerando repercussão sobre a precariedade do sistema de saúde local

De acordo com Ettiane, seu filho sofreu um corte profundo na perna, necessitando de atendimento emergencial. Socorridos por frequentadores da feira e por um funcionário da equipe de apoio identificado como Vicente, mãe e filho foram levados à UPA em um carro particular, devido à falta de ambulância no local.

Ao chegarem na unidade, Ettiane afirma que o atendimento foi recusado sob a justificativa de que a UPA não atende crianças menores de 12 anos. Ela solicitou um prontuário que registrasse a negativa, mas, segundo seu relato, o pedido foi negado por um funcionário que alegou não haver impressora para emitir o documento.

Sem alternativas na unidade, Ettiane e Vicente seguiram para o Hospital Nossa Senhora de Lourdes, onde a criança foi atendida. O menino recebeu sete pontos na perna e teve o ferimento tratado por uma equipe que, segundo a mãe, prestou atendimento exemplar.

“É inadmissível que uma das cidades mais ricas de Minas Gerais não tenha sequer uma impressora na UPA. Se o corte tivesse atingido uma área vital, meu filho poderia ter perdido a vida na porta da unidade”, desabafou Ettiane em sua publicação.

O caso reacendeu críticas à gestão de João Marcelo na saúde pública em Nova Lima. Moradores têm relatado dificuldades de acesso a serviços básicos, mesmo em situações de emergência. A falta de ambulância em um evento é muito grave, além da negativa de atendimento e da não disponibilização de comprovação, o que, caso algo mais grave aconteça, não deixaria registro da negligência dos funcionários.

A denúncia levanta questões sobre a capacidade de atendimento da UPA e a ausência de infraestrutura adequada, como transporte de emergência e equipamentos básicos. Em meio à indignação popular, o episódio mostra a incapacidade do prefeito João Marcelo em administrar os recursos de Nova Lima, deixando lacunas nos serviços de saúde de uma cidade marcada por seu alto orçamento,

Procurada, a Prefeitura de Nova Lima ainda não se manifestou sobre o ocorrido.

Por Thiago Carvalho
Foto: Redes Sociais