03/fev

Escritor autista defende permanência de professores especializados nas escolas em Nova Lima

Em entrevista ao Jornal Minas, Noah Daylan Campbell, escritor e ativista pela causa autista, falou da necessidade de manter professores de apoio especializados para alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) em Nova Lima. Noah, diagnosticado como autista nível 2 de suporte, é graduado em Letras e tem se dedicado ao trabalho de conscientização sobre inclusão educacional na cidade.

A motivação para a defesa pública surgiu após o pedido de uma mãe preocupada com a retirada desses profissionais das escolas municipais. “Elaborei essa carta para ressaltar a importância de os professores especializados permanecerem com os alunos. A retirada desses profissionais gera muitos prejuízos, principalmente para os autistas que necessitam de nível 2 e 3 de suporte, como eu”, explicou Noah.

Ele destacou a diferença fundamental entre professores de apoio e profissionais especializados, alertando para os riscos da descontinuidade desse suporte. “Nós, autistas, criamos apego a esses profissionais, e um rompimento abrupto pode provocar grandes retrocessos. Falo isso por experiência própria”, afirmou.

O ativista também lembrou que sua trajetória escolar foi marcada por dificuldades devido à ausência de adaptações pedagógicas e apoio especializado, o que resultou na interrupção temporária de seus estudos. Apesar dos desafios, Noah conseguiu concluir o ensino médio e se formar em Letras, tornando-se o primeiro autista escritor de Nova Lima a abordar sua experiência no espectro.

Ele fez um apelo às autoridades municipais para que revertam a situação. “Peço encarecidamente à prefeitura e à Câmara de Nova Lima que deixem os professores que estão com os alunos permanecerem. Essa causa não é política; é uma questão de justiça e humanidade”, enfatizou.

A carta aberta escrita por Noah busca apoio da comunidade para evitar mudanças que possam prejudicar a educação inclusiva. “A educação é transformadora de vidas, e precisamos garantir que todos os alunos, especialmente os atípicos, tenham a melhor qualidade de ensino possível”, concluiu.

Por Gisele Maia

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