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R$ 5 milhões em propinas e uso de “laranja”: Ex-secretário de Meio Ambiente de Nova Lima é alvo de operação da Polícia Federal

Operação Rejeito prende 22 pessoas, cumpre 79 mandados e suspende atividades de 42 empresas; ex-secretário de Nova Lima é investigado por propina milionária.

A Polícia Federal, em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU), o Ministério Público Federal (MPF) e a Receita Federal, deflagrou nesta quarta-feira (17) a Operação Rejeito, considerada uma das maiores já realizadas contra crimes ambientais e corrupção no setor mineral.

De acordo com a investigação, a organização criminosa fraudava processos de licenciamento ambiental para viabilizar mineração em áreas de preservação. O grupo movimentou R$ 1,5 bilhão e possuía projetos em andamento com potencial econômico superior a R$ 18 bilhões.

Foram 22 prisões preventivas decretadas, 79 mandados de busca e apreensão cumpridos em Minas Gerais e outros estados, além do bloqueio de R$ 1,043 bilhão em bens. As atividades de 42 empresas foram suspensas por decisão judicial.

Entre os investigados estão empresários, lobistas, servidores públicos e articuladores políticos. O ex-secretário de Meio Ambiente de Nova Lima, Danilo Vieira Júnior, é citado como beneficiário de R$ 5 milhões em propinas, supostamente recebidas para facilitar licenças ambientais para mineradoras na região.

O esquema contava com a participação de figuras de alto escalão, como Caio Mário Trivellato Seabra Filho, diretor da Agência Nacional de Mineração (ANM), acusado de alterar decisões em troca de R$ 3 milhões; e Rodrigo Gonçalves Franco, presidente da Fundação Estadual de Meio Ambiente (FEAM), suspeito de receber pagamentos mensais.

Os crimes atingiram áreas de grande relevância ambiental, como a Serra do Curral, Ouro Preto e regiões com barragens classificadas como de alto risco. A PF afirma que o esquema representava grave ameaça à segurança ambiental e à vida das comunidades.

As investigações prosseguem para rastrear recursos desviados para o exterior e identificar outros envolvidos. Segundo a PF, novas fases da operação podem ocorrer.

Por Thiago Carvalho

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