Sem opções, Lula tenta colar em Kalil para ter palanque em Minas

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse hoje que trabalha com a ideia de apoiar, nas eleições de outubro de 2022, o hoje prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), para o governo de Minas Gerais.

“Com quem a gente pode fazer aliança hoje em Minas Gerais é com o Kalil”, disse Lula em entrevista para a rádio mineira Itatiaia, afirmando ainda que aguarda o empresário se afastar da Prefeitura da BH para, enfim, buscar a aliança.

Segundo o ex-presidente, que trabalha em uma pré-candidatura à Presidência da República no pleito a ser realizado no fim do ano, a opção pela aliança ao invés de lançar uma candidatura própria busca evitar o feito “vexatório” desempenhado pelo PT nas eleições de 2020.

Naquela ocasião, o PT lançou Nilmário Miranda para a prefeitura da capital mineira, mas o ex-deputado federal ficou em sexto lugar no pleito, com 1,88% dos votos válidos. Kalil, que buscava reeleição, venceu ainda em primeiro turno, com 63,36% dos votos válidos.

“Fizemos algo vexatório lançando candidato a prefeito em BH. Era melhor termos construído logo a aliança com o Kalil, e não termos feito o Nilmário passar o sufoco que ele passou”, disse.

“Se nós não temos [candidato forte no estado], então temos que reconhecer que não temos, que não construímos uma candidatura, e buscar uma aliança”, acrescentou.

Senado

Ainda que o Partido dos Trabalhadores não lance candidato ao governo do estado, o partido trabalha com o nome do hoje deputado federal Reginaldo Lopes (PT) como pré-candidato do partido ao Senado por Minas Gerais.

“É notório e público que o PT quer ter o Reginaldo como candidato ao Senado”, afirmou. “Ele é uma pessoa muita querida em MG, e trabalhamos com a ideia de que ele seja candidato ao Senado pelo PT”, acrescentou.

Porém, a ideia do PT de ter um candidato próprio ao Senado em MG ameaça a possibilidade de a aliança com o PSD e com Kalil se concretizar, segundo a coluna Painel, da Folha de S.Paulo.

O PSD está trabalhando pela reeleição do senador Alexandre Silveira (PSD), que assumiu a titularidade do mandato este ano, após Antônio Anastasia renunciar ao posto para assumir o cargo de ministro do TCU (Tribunal de Contas da União).

Por Redação