Alessandro Coxinha inicia pré-campanha com apoio de lideranças
Na última semana, ocorreu na Sede do Acadêmico, localizada no bairro Cascalho, Região Central de Nova Lima, ...
As cidades interioranas possuem um ambiente único de conexão entre as pessoas. Todo mundo conhece todo mundo e os laços entre indivíduos são o alicerce dos negócios e das relações interpessoais. Sobrenomes tradicionais são conhecidos, venerados e enaltecidos. Você é filho de quem? Com esta simples, mas recorrente pergunta, o interlocutor consegue extrair as informações sobre a confiabilidade do indivíduo, os possíveis laços futuros e balizar, a partir daí, o tom da conversa.
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Se as famílias norteiam os negócios, naturalmente também regem a dinâmica da política. Dessa forma, enquanto que nos jogos de guerra o objetivo é a conquista de territórios, aqui o alvo é o núcleo familiar. E, nesse caso, a proposta de emprego para um membro é uma das principais estratégias para garantir a vitória. Esse tipo de troca por apoio político é tão enraizado nas eleições do interior, que é comum ouvir a frase “você quer ser vereador? Arruma um empreguinho para mim”.
E não são apenas os cargos da Câmara que são ofertados no balaio político. Diante da efetividade dessa prática para garantir a reeleição, vereadores frequentemente também negociam funções na Prefeitura. Isso perpetua um ciclo vicioso de fortalecimento das famílias tradicionais, que detêm o controle de vagas não só da iniciativa privada – pois geralmente são donos dos negócios, mas também da máquina pública.
Isso gera nas cidades interioranas o completo esvaziamento político ideológico, que também se estende ao campo técnico. Infelizmente, não necessariamente o “fi di quem” é capacitado para o cargo proposto e, este jogo de indicações, prejudica as políticas públicas e seu papel social.
Somado a isso, tem sido raro o lançamento de candidatos que tenha posição ideológica clara, já que quase não existem liberais, progressistas ou socialistas e, o embate ideológico entre direita e esquerda é residual.
Nesse contexto, a efetividade técnica e a paixão política são deixadas de lado e as eleições municipais tornaram-se um jogo de grupos de famílias buscando o poder, no qual a moeda principal é a oferta de trabalhos em troca de voto.
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