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Parecia mais um dia tranquilo na vida da estudante de direito Laura Curi Vilarinho, de 19 anos, de Uberlândia (MG).
Nesta quarta-feira (16) ela não iria ao estágio em um escritório de advocacia, porque tinha um exame médico agendado para esta manhã. A mãe, Elisiane Isac Curi, acordou cedo para acompanhar a filha até a clínica, mas no caminho o chão de abriu e “engoliu” a filha dela.
“Na hora até pensei em pular para tentar tirar ela, mas depois percebi que não adiantaria. Só pedi para ela ficar quieta”.
O susto foi a poucos metros da clínica onde o exame seria realizado. De repente, parte da calçada do canteiro central da Avenida Getúlio Vargas, uma das principais da região central de Uberlândia, cedeu levando Laura para dentro de um buraco de aproximadamente dois metros de profundidade. Ela ainda não conseguiu se lembrar em detalhes do que aconteceu — talvez por causa do susto.
“Fiquei muito assustada, me lembro de pouca coisa. Acho até que fiquei um pouco inconsciente porque não lembro de todos os momentos. Caí de costas, mas tive o reflexo de virar um pouco de lado e assim fiquei até ser resgatada. Lembro que algumas pessoas me faziam perguntas, mas só respondia com um joinha”.
Enquanto aguardava o resgate, Laura teve medo das consequências da queda. “O susto maior foi quando eu tentei me mexer, mas não consegui porque sentia muita dor”.
A mãe lembrou que tudo foi muito rápido e que por pouco ela também não caiu junto no buraco que engoliu a filha. “Acho que a gente até estava de mãos dadas, temos esse costume, e o local onde eu estava não cedeu”.
O que me recordo é ver a cena dela caindo de costas e batendo a cabeça. Vi a expressão de dor dela. Pedi pra ela não se mexer pra evitar mais problemas.
Preocupada, a mãe tentou acalmar a filha e, ao mesmo tempo, evitar que a calçada cedesse ainda mais. “Mantive o cuidado para que as pessoas não se aproximassem, para não agravar ainda mais a situação”.
Ainda segundo mãe e filha, não havia nada que pudesse indicar alguma anormalidade com o piso da calçada. O local estava totalmente uniforme, o que não despertou nelas o instinto de desviar o caminho.
Laura e Elisiane afirmam que nenhuma pedra do calçamento estava afundada ou fora do lugar, o que aumentou o susto. “Apenas parei para esperar os carros passarem e caí”, relembrou Laura.
Lesões
Laura Vilarinho foi resgatada pelo Corpo de Bombeiros e encaminhada para a Unidade de Atendimento Integrado (UAI) do Bairro Planalto. No local, tirou radiografia, que não diagnosticou nenhuma fratura, e foi liberada após ser medicada.
“Quando cheguei em casa e fui tomar banho, porque estava cheia de barro, acho que pelo corpo esfriar, as dores ficaram mais intensas”, disse Laura, que resolveu ir a um hospital particular para fazer mais exames.
O diagnóstico foi o rompimento de um ligamento no cotovelo esquerdo. Parte do tratamento será usar uma tipoia por duas semanas. Depois, ela fará sessões de fisioterapia.
Apoio
Em nota, o Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae) informou que está prestando assistência à jovem. A informação foi confirmada pela vítima.
“Provavelmente isso aconteceu por causa das chuvas. Eles já estão tomando as providências e alguns servidores entraram em contato comigo ao longo do dia. Só entraria com ação [na Justiça] se nada fosse feito”.
Manutenção na calçada
O Dmae iniciou o reparo no local do acidente na tarde desta quarta-feira. A causa da abertura do buraco na calçada, segundo o órgão, foi uma erosão causada pelo rompimento de um ramal da galeria pluvial. Isso acontece por causa de pequenas fissuras que surgem pelo alto volume de chuvas.
Os dutos de drenagem pluvial foram reparados e o buraco foi coberto. A previsão é que a camada de asfalto e o revestimento da calçada sejam feitos na manhã desta quinta-feira (17).
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