12/set

Classes nos nomes de urna nas eleições em Nova Lima, Raposos, Rio Acima e Sabará podem influenciar a escolha do eleitor?

Lufe Werneck – Ao navegar pelo site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para conferir as prestações de contas de candidatos, um detalhe me chamou a atenção: os nomes de urna escolhidos pelos políticos

O “nome de urna” funciona como uma espécie de “nome artístico” dos candidatos, a forma como eles decidem se apresentar ao eleitorado, guiando o marketing de suas campanhas. Desde que respeitem as regras — como evitar termos ofensivos, ridículos ou que possam gerar confusão —, os candidatos têm liberdade para utilizar o nome pelo qual são conhecidos ou gostariam de ser lembrados.

Nos municípios de Nova Lima, Raposos, Rio Acima e Sabará, que o Jornal Minas faz a cobertura eleitoral, a escolha de nomes de urna segue uma curiosa tendência de “representatividade de classe”. Com 775 candidaturas registradas até o momento, entre vereadores e prefeitos, o destaque vai para os professores, com 14 candidatos, seguidos por líderes religiosos pentecostais, representados por 13 pastores, além de 5 sargentos, 2 mecânicos e 2 motoristas. Uma curiosidade é que, dos 5 mototaxistas candidatos ao cargo de vereador, 5 são de Raposos, a profissão deve ser popular na cidade.

Em minha cidade, Sabará, essa tendência se reflete também na corrida majoritária, onde dois dos candidatos a prefeito são oriundos de classes profissionais específicas: o Sargento Rodolfo e o Professor Costela. A escolha de nomes que remetem à profissão pode ser uma estratégia para se aproximar dos eleitores que se identificam com esses perfis. Apesar de Costela, que atualmente é vereador, não ter o apoio da classe da educação por estar ao lado do atual prefeito Wander Borges, que, segundo os profissionais da educação e os servidores públicos, os deixou esquecidos durante seu mandato.

A questão que fica para o eleitor é: o nome de urna e a representatividade de classe influenciam na hora de decidir o voto?

Foto: Divulgação TSE

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