No mercado de automóveis, o luxo dá lucro

Por muito tempo, comprar e vender um carro era uma relação de troca sólida o bastante para se compreender a lógica de preços: o 0 km era a referência, e a desvalorização vinha de forma contínua, com base no ano e no estado do veículo. Comprar um novo hoje era a certeza de vender mais barato na revenda, fosse quanto tempo depois. Não dá para dizer que essa prática não existe mais, mas entre os supercarros e os luxos Premium, houve um processo de ruptura desde 2018 que tornou esse privilégio bastante rentável.

Há um mercado em convulsão que vem oferecendo grandes oportunidades de negócios para quem pode realizar o desejo de desfilar por aí com uma Ferrari, uma Lamborghini ou um Corvette. Passou a ser real a possibilidade de dirigir um desses carros por um ou dois anos e depois vendê-lo por um valor superior ao da compra. Essa gordurinha pode até ser algo na casa dos R$ 500 mil. Mau negócio?

É possível que parte dos homens de negócios que estão lendo este texto estejam se perguntando: dá pra aumentar esse lucro? Dá! É verdade que a valorização do dólar serve de obstáculo, mas o mais complicado mesmo é comprar o veículo num mercado restrito como o brasileiro, onde a escassez dos carrões é enorme, fazendo os preços irem às alturas. Por isso, quando abrimos o leque para outros países, aumentam as chances de comprar um carro com um valor até 60% menor do que o mercado local.

Com um adendo: a alíquota do Imposto de Importação de veículos pode chegar a 35% do valor. Mas quando se recorre aos carros híbridos, como a Ferrari SF90 Stradale, avaliada em R$ 7 milhões, o imposto cai para 8%. Um benefício e tanto para quem precisa apresentar comprovação de lastro à Receita Federal para ter acesso às supermáquinas que vêm de fora. Por isso, considerar a importação pode ser a decisão mais sábia e rentável para quem pretende comprar um carro, seja ou não com a finalidade de ter um ágio num futuro breve.

E são tantas pessoas que estão abrindo os olhos para essa possibilidade que a própria demanda cresceu de forma assustadora. Em relação a 2018, o mercado se ampliou em mais de 70%. Este ano o número praticamente dobrou, e já há demandas de carros de luxo encaminhadas para 2022. Estamos falando de um nicho tão aquecido que a mera importação não é mais o único produto. O cliente quer realizar ótimos negócios, e nosso dever hoje é de entender ainda mais profundamente o mercado para oferecer oportunidades de ouro aos compradores.

Há carros de alto padrão cujos retornos tendem a superar de longe o lucro que se pode obter com 90% dos ativos disponíveis no mercado de ações, considerando um prazo de venda de 6 a 18 meses. Arriscaria um top 10 audacioso com Cadillac Escalade, Corvette C8, Bentley Bentayga, Toyota Sienna, Porsche versão antiga, F150 elétrica, modelos Tesla e Mustang, Ferrari F8 Tributo e Lamborghini SVJ.

Mas por que há quem compre mais caro se há onde comprar mais barato? Porque nem todo mundo está disposto a esperar. A fila para entrega de carros 0 km vindos do exterior é de alguns meses. E mesmo entre os seminovos e usados, o prazo de importação dos Estados Unidos para o Brasil é de 45 a 60 dias aproximadamente, entre a localização do carro desejado e a entrega na porta da casa do cliente, com emplacamento e documentação completa. Um tempo superior a quem entra numa revendedora e topa pagar uma diferença considerável a mais para sair na hora com o veículo.

As oportunidades de compra e de venda dos esportivos e luxos Premium é parte dos motivos que fazem com que você esteja vendo mais carros de luxo circulando pelas ruas da cidade. Resta saber qual a intenção de quem está ao volante: apenas pelo prazer de ter a máquina dos sonhos sob sua condução ou já contemplando no horizonte o que fazer com as centenas de milhares de reais que vai ganhar em cima do veículo? De certo, mais do que nunca, dá para unir as duas coisas. O luxo, hoje, dá lucro!

Por Symon Campos Morais

Consultor de importação de veículos da Albuquerque Comex

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