28/abr

Esgoto nas ruas causam transtornos e atraem doenças em Sabará

Moradores do bairro Rosário III em Sabará reclamam do esgoto a céu aberto nas ruas e criticam a falta de emprenho da Prefeitura com a Copasa. A senhora Gleice Pereira comprou um lote no bairro e reclama da falta de estrutura por parte da Prefeitura de Sabará e do descaso da Copasa. “Nem material de construção chega, e piorou ainda mais porque a rua está cedendo pela erosão causada pelo esgoto” – concluiu.

Outros moradores reclamam da infestação de mosquitos e ratos temendo que doenças graves atinjam quem mora no local.

Esgoto a céu aberto: inimigo invisível em Sabará

O acesso à água potável e ao saneamento básico foram reconhecidos como direito do ser humano pela Organização das Nações Unidas. A resolução declara que “o direito a uma água potável, limpa e de qualidade e a instalações sanitárias é um direito humano, indispensável para gozar plenamente do direito à vida”. No entanto, 884 milhões de pessoas no mundo não têm acesso a água potável e mais de 2,6 bilhões não dispõem de instalações sanitárias adequadas.

Serviço absolutamente essencial, a coleta e o tratamento de esgoto têm sido deixados de lado na cidade de Sabará por sucessivos prefeitos. Hoje, apenas 50,6% da população urbana Sabarense têm acesso a rede de esgoto. Para um município que pretende e diz ser uma potência econômica (Pelo menos na publicidade da Prefeitura) esse número é inaceitável, principalmente porque quem tem mais sofrido com essa situação são as crianças e os idosos da cidade.

Segundo o estudo divulgado pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES) a cidade de Sabará não aparece nem entre as 100 cidades que investem em saneamento. Pior que isso, entre as 1.897 cidades que mais investem na importância da água potável e do esgoto tratado para a qualidade de vida dos habitantes, Sabará sequer aparece.

A inexistência de rede de distribuição de água potável em Sabará, associada à falta de coleta e de tratamento de esgoto, cria um ambiente insalubre que propicia o desenvolvimento de doenças fatais. O que mais surpreende no esgoto é o seu poder destruidor, sua capacidade de atuar em todo o território nacional e de se infiltrar em todos os níveis da sociedade.

Opinião

Engana-se quem pensa que os impactos da concentração de lixo nos esgotos a céu aberto e nos rios afeta apenas a saúde daqueles que moram nas comunidades carentes. Grande parte dessas substâncias tóxicas que estão concentradas nos esgotos a céu aberto são voláteis e evaporam levando o “problema” para uma área muito maior. Veja só: todos os anos, no início do ano, nossas cidades sofrem com as enchentes por causa das fortes chuvas. Imagine você, que trafega pelas redondezas dos rios, por exemplo, ou de qualquer corpo d’água do município. Com as chuvas, todo aquele esgoto que está sendo jogado direto no rio irá evaporar e você irá respirar esse ar contaminado pelas substâncias químicas. Não há escolha, você pode estar na parte rica ou pobre da cidade, mas você será atingido por esse verdadeiro inimigo invisível.

Os governantes de Sabará ainda têm uma visão simplista sobre a questão do saneamento básico: revitalizam o chafariz do Caquende ( merece ser revitalizado), e esquecem de investir em uma área que é fundamental, que representa um investimento, que no futuro irá refletir em uma economia enorme, por exemplos a redução de custos com crianças que podem desenvolver deficiência cognitiva, imunológica ou de saúde decorrente da exposição a substâncias químicas que permeiam o município, fora obvio o impacto social de ter pessoas vivendo expostas a estes riscos.

Por Thiago Carvalho

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