10/jul

Nossa Gente! A resiliência de Lucas “Budé”

Hoje na coluna Nossa Gente! vamos conhecer um pouco da história de nova-limense Lucas Leoncio, mais conhecido como Budé,

Se tem uma característica que todo empreendedor precisa desenvolver para ter sucesso em seu segmento, é a resiliência.  Lucas é sócio-proprietário da loja multimarcas Betel, tem uma trajetória como comerciante que se tornou exemplo perfeito dessa habilidade. Formado em TI, Sistema da Informação, o empresário conciliou seu início de vida profissional com outras fontes de renda, como manutenção em computadores e vendas de artigos diversos como suplementos.  E, foi com essa determinação em multiplicar sua renda, que ele descobriu a sua verdadeira paixão que é a arte do comércio. “Eu sempre gostei de vender. Eu gostava de comprar e, na hora de vender, eu gostava mais ainda”, explica o empresário.

O recém-descoberto gosto pela venda o levou a empreender pela primeira vez, unindo o que gostava de fazer com o ramo no qual ele já atuava. Com um amigo, ele inaugurou uma loja de suprimentos de informática. A experiência, no entanto, não vingou por muito tempo, mas a persistência o levou a abrir em 2011, a Gold Imports. “Eu comprei um curso na internet sobre importação e comecei com pequenos produtos como óculos e outros acessórios da China que revendia pelo Mercado Livre”, conta.

O olhar atento, no entanto, o levou a perceber um nicho ainda melhor: o de roupas importadas. E foi assim que ele passou a comprar no site americano eBay e atender a um público que não tinha acesso a esse tipo de mercadoria no Brasil.

Esse foi o pontapé inicial para a abertura da loja física Betel, nome escolhido para representar a fé inabalável do empresário e a religiosidade sempre presente em sua vida e palavras. “Betel significa a morada de Deus e Ele está no centro de nossas vidas e nos proporciona o que temos hoje”, diz.

Aos 36 anos, ele divide com a sua esposa e sócia Thalitta Leoncio a administração da loja, que ganhou em 2021, a sua primeira filial. O sucesso conquistado ao longo de quase 10 anos, principalmente entre o público mais jovem, só foi possível graças à citada resiliência, ou em suas próprias palavras, a sua fé.

Em 2013, com apenas dois anos de funcionamento, a loja se tornou manchete em noticiários de TV ao sofrer pela quarta vez, assalto a mão armada. Para muitos empresários, esse talvez seria o limite de resistência para alguém que ainda tentava se consolidar no mercado. “No penúltimo eu realmente cheguei a pensar em desistir, por que eu tinha feito uma grande compra com dinheiro emprestado”, explica. Aquele momento foi um dos mais desoladores para o empresário que teve, naquele dia, um prejuízo de R$35 mil “Naquele momento ali eu senti uma angústia muito grande. Parecia que não iria dar certo, pois era o terceiro assalto em menos de seis meses”, conta.

Desistir, no entanto, não era uma opção. Aproveitando a visibilidade que a loja ganhou com a repercussão do caso, o casal se reinventou e trocou o segmento de importados originais pelo o de réplicas. Três anos depois, já consolidada, a Betel mudou novamente o nicho para originais, porém dessa vez, com marcas mais acessíveis. “Hoje temos uma loja totalmente legalizada, com produtos originais de excelente qualidade, com garantia e nota fiscal”, explica. Segundo Lucas, essa mudança foi o maior desafio. “Tivemos que abrir mão de algo que a gente sabia que dava certo, que era o sustento da nossa família, para começar a fazer algo que a gente não fazia a mínima ideia se daria certo”, conta.

Sucesso na pandemia

O Ministério da Economia divulgou em março deste ano, o fechamento de mais de 1,410 milhão de negócios formais em 2021. Poucas empresas, no entanto, tiveram trajetória inversa durante as medidas de isolamento que arruinaram, principalmente, os pequenos negócios. A Betel foi uma dessas empresas que, apesar do receio inicial e o caixa zerado nos primeiros meses, conseguiu se adequar à modalidade delivery que se tornou a opção viável durante o período. O que o casal não contava, é que também conseguiriam atrair uma fatia da clientela da região dos Seis Pistas que, diante das portas fechadas dos comércios em Belo Horizonte, encontraram na Betel a opção de compras de produtos originais importados. Mais uma vez, o casal conseguiu se readequar diante da adversidade. “A pandemia foi um momento muito difícil para todos nós comerciantes. No início, quando mandaram fechar tudo, nós ficamos 30 dias sem vender R$1. Com o passar do tempo a gente viu que se não trabalhássemos, iríamos quebrar pois tínhamos aluguel, contas para pagar, além das despesas fixas do mês tanto da loja quanto da casa”, conta. “Então passamos a ir para a loja, ficávamos meio horário e, nesse período, fazíamos os atendimentos pelo WhatsApp”, explica.

Família como rede de apoio

Dizem que por trás de todo grande homem, há sempre uma grande mulher, mas no caso de Lucas, houve duas no início da Betel: sua mãe e a sua esposa. Sua mãe, Solange Guimarães, foi fundamental no início do empreendimento ao investir, amparar e acreditar no sonho do filho. Thalitta, por outro lado, está ao lado do marido durante toda a sua trajetória e foi, justamente a sua dedicação que chamou a atenção do empresário quando ainda eram colegas de trabalho em outra empresa. “Fiquei encantado desde a primeira vez que a vi, tanto pela beleza quanto pela forma de se comunicar. Ela era uma menina meiga e muito batalhadora. Trabalhava em dois serviços, saia de casa às cinco e meia da manhã e chegava às 23h30. Eu vi nela uma pessoa que faria toda a diferença na minha vida”, declara.

Hoje, o casal tem a filha Luna que, aos cinco anos, já é uma comerciante nata. “Ela também ajuda muito a gente, atende os clientes e é sensacional”, diz. A pequena Luna veio completar a tríade de mulheres que são o principal estímulo do empresário em continuar a sua jornada. “A minha motivação hoje é toda em volta da minha minha mãe, esposa e filha. A minha família é muito abençoada, graças a Deus”, finaliza.

Por Ana Carina

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