Nossa Gente: Fotografia, família e superação na vida de Robert Moura

Hoje, na coluna Nossa Gente, a trajetória é de Robert Moura, um jovem que representa a força do sonho aliado à persistência.

Robert carrega no sangue a inspiração para empreender. Ele cresceu cercado de exemplos: o avô, Heli Alves, mestre de obras da antiga Morro Velho em Nova Lima, deixou o legado da disciplina e da garra; a avó, Dona Raimunda (Dona Preta), símbolo de resistência; a mãe, Cleusa da Penha, referência cultural e premiada militante na divulgação da cultura afro-brasileira, além de empreendedora em penteados, bordados e pintura; e a tia Cláudia Cristina, advogada em ascensão no cenário novalimense.

Com essa base, Robert logo entendeu que queria empreender e trabalhar com pessoas. Primeiro, investiu no curso técnico em administração e criou uma empresa de artes gráficas, que não resistiu à pandemia. Mas a criatividade não parou por aí: foi na fotografia que ele encontrou seu caminho. Assim nasceu a IDV Fotografia, que ganhou força com o apoio do programa de aceleração da Fundação Dom Cabral, no projeto Turbinando seu Negócio.

A fotografia, para Robert, foi também uma forma de superar um momento difícil: a perda do avô o levou à depressão, mas o clique da câmera virou válvula de escape e cura. Inspirado em nomes como Sebastião Salgado, Luciano Nunes, Leo Perdigão e Celso Gomes, com quem estudou fotografia na Casa Aristides, ele construiu um estilo próprio, marcado pela sensibilidade e olhar humano.

Nem sempre o caminho foi fácil. Em julho de 2024, durante um ensaio no Belvedere, Robert teve seus equipamentos roubados em um assalto violento. Perdeu o fruto de muito trabalho, mas não a vontade de seguir. Com determinação, adquiriu novos materiais, está montando um estúdio em Nova Lima e segue expandindo seu negócio.

Além do empreendedorismo, Robert encara outra batalha: nasceu com anemia falciforme, doença que causa dores intensas desde a infância. Agora, prepara-se para um transplante de medula óssea na Santa Casa de Belo Horizonte – centro de referência que já realizou mais de mil transplantes pelo SUS.

Mesmo diante dos desafios, Robert não deixa de sonhar alto e é a prova de que empreender é resistir, se reinventar e acreditar.