09/abr

Pai de Melissa bebeu e disputou “racha” no dia do crime, conclui a Polícia Civil

A Polícia Civil de Minas Gerais concluiu que Melissa Maria dos Santos, de seis anos, foi morta a tiros devido à participação de seu pai em um racha, envolvendo o motorista responsável pelos disparos. O crime ocorreu na rodovia Fernão Dias, na região metropolitana de Belo Horizonte, em 21 de janeiro deste ano. A instituição divulgou a conclusão do inquérito em uma coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira. Melissa Maria era moradora de Raposos

O “racha”, popularmente chamado, é definido no Código de Trânsito Brasileiro (CTB) como “disputa de corrida”, conforme o artigo 173. Trata-se de uma forma ilícita de corrida praticada em áreas urbanas, rurais ou rodovias, envolvendo automóveis e/ou motocicletas.

Durante o fim de semana, Igor Bezerra de Lima, caminhoneiro de 44 anos e autor dos tiros, foi detido preventivamente, sem prazo definido para soltura. Enfrentará acusações de homicídio duplamente qualificado por motivo fútil e perigo comum, além de porte ilegal de arma de fogo. Tais crimes, se somados, acarretam em uma pena de até 36 anos de prisão.

De acordo com a Polícia Civil, a informação inicial, divulgada por familiares da vítima, sugeria que Melissa, seu pai, seu irmão e sua avó retornavam de um almoço quando o outro motorista os alvejou. Contudo, imagens de câmeras de segurança ao longo da rodovia esclareceram a dinâmica dos fatos. O delegado Igor Fernandes afirmou que os dois condutores estavam envolvidos em uma corrida ilegal por cerca de 25 quilômetros, culminando na morte da menina.

Além disso, os policiais constataram que ambos os motoristas estavam alcoolizados e cometeram diversas infrações de trânsito ao longo da Fernão Dias. Adicionalmente, Melissa e seu irmão não estavam utilizando cadeirinhas, conforme exigido pela legislação de trânsito.

O pai de Melissa não será responsabilizado pelo crime, entendendo que a responsabilidade recai sobre ele de forma “moral”, devido à perda da filha. No entanto, o Ministério Público poderá solicitar revisões na conclusão do inquérito, se julgar necessário.

Por Jorge Marques
Foto: Reprodução

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