15/nov

Paraguaios eram mantidos em situação análoga à escravidão em Nova Lima

A Polícia Federal desarticulou uma quadrilha que mantinha trabalhadores paraguaios em condições degradantes em fábricas clandestinas de cigarro em Nova Lima

A descoberta ocorreu em fábricas clandestinas de cigarros, onde 14 paraguaios eram submetidos a jornadas exaustivas e condições desumanas. A ação policial também alcançou outros estados, culminando na prisão de 16 indivíduos e na apreensão de uma expressiva quantidade de produtos ilegais.

A operação revelou que um empresário de Barueri, São Paulo, liderava a quadrilha. Esse grupo criminoso aliciava trabalhadores paraguaios que já haviam atuado na indústria de tabaco de seu país natal, trazendo-os para Minas Gerais. Os trabalhadores eram transportados com os olhos vendados até galpões em Nova Lima, onde eram obrigados a entregar seus celulares e viver em condições sub-humanas.

No bairro Jardim Canada, Na região Noroeste de Nova Lima, a polícia encontrou um galpão que servia de alojamento para os trabalhadores, além de abrigar uma fábrica clandestina de cigarros. Em Divinópolis, no centro-oeste de Minas Gerais, outro grupo de 14 trabalhadores foi resgatado de um galpão insalubre onde viviam e trabalhavam. Eles relataram jornadas de até 15 horas diárias, sob constante vigilância.

O delegado da Polícia Federal, Daniel Souza Silva, destacou a gravidade da situação: “A maioria deles não sabe nem onde eles estão, não sabe nem a localização e eles não têm contato com família, não tem contato nenhum com o mundo exterior. Não tem nada, não tem descanso. Eles trabalham direto durante esse ciclo fazendo ali grande produção de cigarro.”

No total, 16 pessoas foram presas em cinco estados, e a polícia apreendeu 3 milhões de maços de cigarros produzidos ilegalmente. A Justiça Federal determinou o sequestro de R$ 20 milhões em bens e valores de 38 pessoas físicas e 28 empresas envolvidas no esquema.

Por Jorge Marques
Foto: PF/Divulgação

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