05/ago

Álvaro Azevedo precisa deixar claro seu objetivo político em Nova Lima

No início deste mês de agosto, há um ano do pleito de 2024, voltamos nosso olhar com atenção para as figuras que moldarão o cenário político durante as eleições. Com essa finalidade, o colunista político do Jornal Minas, Thiago Carvalho, dá início a uma série de análises sobre aqueles que devem assumir papéis de destaque em Nova Lima, tanto no âmbito legislativo quanto no executivo. Nesta empreitada, partiremos dos atuais vereadores eleitos, seguindo a ordem alfabética. Desse modo, nossa análise de hoje será sobre a trajetória política de Álvaro Alonso Perez Morais de Azevedo

Nascido em Varginha, Álvaro Azevedo é graduado em Administração de Empresas pelo Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix. Adicionalmente, possui especializações em Poder Legislativo e Políticas Públicas pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), bem como em Gestão de Projetos e Negócios pelo Instituto de Educação Tecnológica (Ietec). Sua formação acadêmica sólida reflete seu comprometimento com o desenvolvimento de habilidades pertinentes à política e à gestão pública, evidenciando que sua qualificação é um ativo significativo em sua carreira política.

Sua trajetória profissional tem passagens pela Prefeitura de Rio Acima, como Secretário de Planejamento, e pela AngloGold Ashanti, como Gerente de Comunicação e Relacionamento com Comunidades. Além disso, ele se envolve em iniciativas outra atividades como o Movimento Transforma Nova Lima e sua presidência na Ordem Demolay. Entretanto, é perceptível que sua experiência provém principalmente de sua rede de contatos sociais, carecendo de elementos inovadores. Essa característica se reflete em sua atuação política, que parece estar mais focada em estratégias pragmáticas do que em ações inovadoras.

Nas eleições de 2008 e 2012, ele concorreu ao cargo de vereador em Nova Lima pelo partido DEM. Ainda que tenha sido classificado como suplente em ambas as ocasiões. Em 2016, quando, já filiado ao PSDB, conquistou uma cadeira no legislativo com 1470 votos. Em 2022, sob a bandeira do partido Avante conquistou seu segundo mandato com o apoio de 1391 votos.

Durante seu primeiro mandato, o parlamentar concebeu o Gabinete Itinerante, um instrumento que o levou a percorrer diversos bairros de Nova Lima, inserindo-se no cotidiano das pessoas. Contudo, essa tentativa de aproximação não refletiu nas urnas, uma vez que Azevedo sofreu uma queda de quase 6% em sua votação, além de ter obtido 30% dos votos concentrados em condomínios e áreas de classe alta de Nova Lima. Isso inibiu seu alcance político e limitou suas perspectivas de aspirar a cargos mais elevados em 2024.

Na esfera legislativa, Álvaro Azevedo propôs a Lei do IPTU Social, cuja implementação arrecadou mais de doze milhões de reais em um ano, contribuindo para o equilíbrio das finanças municipais com um viés social. Além disso, ele articulou a criação do SUS Animal, que oferece atendimento gratuito a animais de estimação de famílias carentes, e também a Lei que incentiva a transferência do IPVA para Nova Lima.

Contudo, pouco tempo após iniciar seu segundo mandato, Álvaro tomou a controversa decisão de deixar o cargo de vereador para assumir a posição de Secretário Municipal de Desenvolvimento Social. Essa movimentação política foi interpretada como uma tentativa de se aproximar do prefeito de Nova Lima, João Marcelo Dieguez, além de se distanciar dos desgastes que a Câmara de Vereadores enfrentava sob a presidência de Anisinho. A opção por assumir a secretaria gera questionamentos sobre seu compromisso com os votos recebidos.

Durante sua gestão na Secretaria, Azevedo implementou o programa “Nova Renda”, endossou o “Programa Jovem Aprendiz” e desempenhou um papel importante na retomada das obras do “Centro de Convivência da Pessoa Idosa”. Porém, devido ao grande número de problemas com usuários de “Espaço Cidadania”, a rejeição à gestão de Álvaro tem crescido na região central de Nova Lima. Não são poucas as reclamações da população sobre as políticas públicas implementadas no local, que tinham como objetivo oferecer mais dignidade para pessoas em vulnerabilidade social. No entanto, a região central da cidade e os bairros próximos têm sofrido com as consequências do equipamento, tais como defecação e urinação em locais públicos, abordagem de moradores pedindo dinheiro, uso de drogas e prática de roubos e furtos nos comércios locais. Foi realizada uma audiência pública na Câmara de Vereadores sobre a situação, mas nada efetivo foi decidido ainda. Isso traz um desgaste imenso para o nome de Álvaro entre comerciantes e moradores.

A pergunta crucial é: quem tudo almeja, nada conquista. A volatilidade política de Álvaro, que deixa os eleitores incertos sobre suas intenções – seja concorrer à reeleição, tentar uma composição como vice ou mesmo seguir os passos de seu pai, Dr. Juarez, que mantém uma atuação política constante – coloca em dúvida um percurso sólido para sua ascensão para além do âmbito legislativo municipal. Enquanto a incerteza paira em torno da possível candidatura de seu pai, Dr. Juarez, a família Azevedo luta para manter-se relevante no cenário político. Assim, Álvaro Azevedo precisa deixar claro seus objetivo políticos em Nova Lima, caso aspire a voos mais altos.

Por Thiago Carvalho
Foto: Redes Sociais

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