04/fev

Nova Lima inicia ano letivo com ciclo de palestras – Aulas começam no dia 18

O ano letivo da rede municipal de ensino em Nova Lima começou com um ciclo de palestras. O evento será transmitido, ao vivo, pelo canal do YouTube Prefeitura de Nova Lima Oficial, nos dias 3 e 8 a 12 de fevereiro e abordará temas sobre educação e tecnologia. De acordo com a assessoria da prefeitura, “o objetivo do Governo Municipal é envolver toda a população no debate sobre educação e a tecnologia, no contexto da pandemia”.

A proposta buscar facilitar a compreensão e a interação da comunidade escolar a respeito dos desafios e o novo cenário vivido por pais, alunos e professores, diante da “necessidade do ensino à distância, trazida pela pandemia da Covid-19”.

A palestra magna “Ensino híbrido, para quê? – Como o vírus trouxe a humanização e a tecnologia para o debate”, foi exibida ontem (3) e está disponível na plataforma.

Do dia 8 a 12 de fevereiro, sempre às 14h, começará a “Semana Acadêmica: Educação para Interações On-line”, com temas que abordam “principalmente a relação do professor e da criança com a tecnologia, o uso de ferramentas digitais na sala de aula e os desafios e processos de alfabetização e letramento em tempos de pandemia”.

Aulas remotas começam no dia 18

Os alunos da rede municipal retornam às aulas, no dia 18 de fevereiro, ainda de forma remota. A prefeitura informou em nota, que o formato é o mesmo que foi finalizado em 2020, por meio do Projeto Estudando em Família, na qual as atividades são realizadas em casa pelo aluno, mediante a entrega semanal de apostilas. Ainda de acordo com o comunicado, “não haverá regras diferentes para as faixas etárias, sendo todos os alunos matriculados contemplados com a volta às aulas”.

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Carta de pediatras para reabertura das escolas gerou polêmica e retorno presencial ainda não tem definição

Pediatras da rede municipal e da Fundação Hospitalar Nossa Senhora de Lourdes enviaram, na semana passada, um manifesto ao Executivo Municipal solicitando a reabertura das escolas. Na carta, os profissionais de saúde pedem que “o poder público trate a educação como serviço essencial e prioritário” e, dessa forma, promova “a reabertura das escolas, com protocolos de segurança”. No documento, os especialistas afirmam que há registros de “baixa carga viral e de transmissibilidade naqueles menores de 10 anos”. Ainda de acordo com o texto, apesar da suposição inicial, dados apontam que as crianças se infectam “até duas a cinco vezes menos” do que os adultos e representam “0,7% do total de mortes” e “2% a 3% das admissões hospitalares” atribuídos à Covid-19 em diversos países.” Em Nova Lima, os profissionais declaram que ocorreram, no Hospital Nossa Senhora de Lourdes, “duas internações em enfermaria de pediatria com positividade para o teste de Covid-19” e nenhum óbito de crianças.

Em contrapartida, os profissionais alegam que “os danos mentais, sociais e físicos são inegáveis e irreparáveis”. Segundos os pediatras, houve aumento no número de atendimentos em ambulatórios e no pronto atendimento, de patologias que não faziam parte da rotina, como “obesidade, distúrbios do sono, alterações de comportamento (ansiedade, agressividade, compulsão, depressão, ideias suicidas), além de intoxicações exógenas e acidentes domésticos”.

Nas redes sociais, nova-limenses reagiram à carta e demonstraram preocupação com a logística que envolve o retorno às aulas e como esse processo põe em risco os agentes envolvidos como motoristas de vans e profissionais do setor da educação.

A psicóloga nova-limense, Cristiane Nunes, discorda do manifesto. A especialista, que atende crianças e adolescentes no SUS, alerta para a dificuldade das instituições de ensino em manter a desinfecção constante das superfícies e, assim, oferecer condições seguras e adequadas para o desenvolvimento das crianças, principalmente com relação ao distanciamento entre elas. A exploração sensorial do espaço faz parte do processo de desenvolvimento infantil, o que levaria à necessidade de um controle rigoroso. “As crianças descobrem o mundo e se desenvolvem explorando os ambientes físicos, literalmente tocando-os, lambendo-os e cheirando os objetos como brinquedos, superfícies, como também, na interação entre elas, com abraços, beijos e às vezes mordidas”, diz.  Nesse caso, a psicóloga explica que, “as crianças não conseguiriam estar nos ambientes escolares travadas e limitadas nessa exploração tão necessária, em função da pandemia”. O uso da máscara é outro fator de preocupação, já que elas dificilmente toleram “as máscaras por mais de uma hora”, diz. Quanto aos adolescentes, a especialista alerta sobre a dificuldade de eles seguirem normas sanitárias e o “gosto pela exposição ao risco e a dificuldade de aderirem às regras sociais”. Cristiane Nunes também refuta os dados apresentados no manifesto, alegando que, “segundo pesquisas recentes, a nova mutação da Covid-19, infecta um maior número de crianças e adolescentes e CTIs infantis estão sofrendo superlotação desse público”. A especialista acrescenta ainda que, nessa semana, ocorreu a morte de uma criança por Covid em Belo Horizonte. “Os infectologistas, inclusive a Associação Brasileira de Pediatria, não recomenda a volta às aulas nesse panorama”, conclui.

 

Cristiane Nunes, psicóloga – Moradora do bairro Vila Operaria

 

Já a auxiliar administrativo Juliana Moura é a favor da reabertura das escolas. Para ela, existe uma contradição nas regras que determinam o funcionamento de diversos estabelecimentos como escolas esportivas e de dança, enquanto que as instituições de ensino permanecem fechadas. “Há pessoas na rua, lojas abertas, crianças indo ao clube, saindo, viajando, mas a escola não pode abrir?”, questiona.

 

Juliana Moura, auxiliar administrativo – Moradora do bairro Cascalho

 

Nesta quarta-feira (3) alguns vereadores se reuniram com um grupo de professores da rede municIpal e estadual. O vereador Thiago Almeida publicou em suas redes sociais que “É muito importante que nos tornemos uma ponte efetiva entre os interesses públicos e o Poder Executivo. Estamos trabalhando pelo o melhor para Nova Lima.”

 

“Iniciar os trabalhos dialogando com os servidores, profissionais e comunidade é o caminho para conseguir alcançar as metas do trabalho legislativo. A casa e os nossos gabinetes estarão de portas abertas a todas as demandas para juntos, fazermos a diferença nessa gestão. É um novo tempo de mudanças e o momento é agora: ouvir, participar e fazer diferença no dia a dia das pessoas”, declara a ex-secretária de educação e, atual vereadora Viviane Matos. Sob a gestão de Matos, a educação municipal atingiu os melhores índices do IDEB em sua história e deu início ao processo de municipalização das escolas estaduais.

Prefeitura seguirá orientação da Secretaria do Estado

Em nota, a Prefeitura esclarece que não possui autonomia “para determinar a volta das aulas presenciais, ainda que achasse oportuno neste momento”. A Administração Municipal seguirá, portanto, o que estabelece a Secretaria de Estado de Educação e recomendações do Comitê de Combate à Covid-19. De acordo com o comunicado, o Executivo “tem trabalhado para a retomada das aulas presenciais, que é uma das metas do Plano de Recuperação Socioeconômica” e devem ocorrer de forma gradativa.

A redação entrou em contato com a Comunicação do Hospital Nossa Senhora de Lourdes e, por telefone, a Dra. Mariana Pimenta informou que o objetivo do manifesto é iniciar a discussão com o poder público sobre o planejamento da volta às aulas, com total segurança.

Por Ana Carina Rodrigues

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