30/jun

Investigado, pastor Anderson Martins critica Polícia Civil em Itabirito

Em transmissão ao vivo pelas redes sociais do Sou Notícia, o vereador investigado Pastor Anderson Martins (MDB), que responde por improbidade administrativa e por favorecimento, gravou vídeo criticando a Polícia Civil.

Logo após ter seu processo de cassação aberto pela comissão processante formada pelos vereadores, Léo do Social (PSDB), Paulinho (Republicanos) e Igor Nego Liso (PTB); o vereador investigado Anderson Martins resolveu desferir contra a Polícia Civil de Itabirito críticas por negligencia em centenas investigações. Aparentemente descontrolado, Pastor Anderson chegou a dizer: “Onde está a Polícia Civil, hã? O que aconteceu? Esse caso é uma das mais de 300 ocorrências, reds, que está encaixotado na delegacia de Polícia Civil aqui do munícipio de Itabirito. E eu tenho informações de fonte quente. E quando eu falo eu assino embaixo, que tem funcionários que não são policiais civis que trabalham colhendo depoimentos. Eu tenho informações que aqui na delegacia de Itabirito tem centenas, centenas, estão arquivadas, centenas de ocorrências encaixotadas”.

Ao se referir aos policiais civis de Itabirito, Anderson Martins cita a mulher do vereador Fabinho no vídeo dizendo: “Tem mulheres que dão queixa na delegacia e depois continuam por medo, ou por depender financeiramente do cara, sei lá”.

Ameaçada pelo Pastor Anderson

Procurada pelo Jornal Minas, a esposa do vereador Fabinho Fonseca disse que sofreu ameaças por parte do vereador Anderson Martins e que tem temor de que algo aconteça com a sua vida e a de sua família: “Eu sofri ameaças por mensagem do vereador Anderson Martins, tenho todos os prints, fiz um boletim de ocorrência porque temo pela minha vida e da minha família”. A ameaça será investigada pela Polícia Civil (PC) após feito o B.O.

Sobre a fala do vereador Pastor Anderson sobre as mulheres continuarem com seus maridos por medo ou por dependência financeira respondeu: “Sou concursada tem mais ou menos 15 anos, passei para dois concursos públicos e ganho mais que um vereador, a fala lamentável do vereador além de falaciosa é incoerente”.

Processo de cassação mexeu com o brio do vereador

Pastor Anderson Martins é vice-líder do Governo, possui uma empresa de comunicação e foi eleito vereador, parece que o processo de investigação não foi bem digerido pelo parlamentar, que terá que explicar sobre as notas de pagamento em nome da sua empresa. Os valores variam entre R$ 600 e R$ 8 mil reais, incluindo uma planilha de pagamento com o nome do Sou Notícia.

Análise política

A política brasileira cada vez mais vem se tornando a mais vergonhosa dos últimos tempos.

Todos os dias somos surpreendidos com novas denúncias de esquemas de corrupção e acordos internos nas câmaras municipais, estaduais, federal e senado que ao invés de procurar soluções para os mais diversos problemas enfrentados pelo Brasil, visam somente a manutenção de privilégios e de poder político.

Ocorre que em Itabirito, o vereador investigado Pastor Anderson Martins já se enxerga acima de qualquer previsão legal em abstrato, não se importando com os ditames legais, já que são protegidos por privilégios e acordos internos, sem contar com a corrupção ou simpatia política por partes de membros pertencentes a outras esferas de poder, que, de certo modo, acabam contribuindo para essa segurança que o político tem.

Agora, Anderson Martins tenta desviar o foco do processo que responde. O que me surpreende, é isso só ocorre agora, depois da abertura do seu processo de cassação. Eu me pergunto; porque o Pastor Anderson Martins não falou isso antes? Porque não usou o Sou Notícia no início do ano para falar dessa história? Porque isto vem à tona em meio as denúncias de ter sido favorecido pela Prefeitura de Itabirito?  Essa é uma velha tática para desviar a atenção das pessoas.

A primeira vítima da guerra é a verdade, afirma um velho ditado jornalístico. É o que o Pastor Anderson está fazendo nesse momento, pegando uma pauta que nada influencia no seguimento da cidade, onde não houve condenação e misturando com o cenário político da cidade, para tentar desviar a sua atenção do que realmente importa: a investigação que pode levar Anderson Martins a ser cassado por improbidade administrativa. Os dividendos políticos das notícias falsas são elevados, e já era assim bem antes da Internet, mas elas sempre necessitaram de um bom caldo de cultivo. Toda notícia falsa precisa ter gente que acredite nela, gente que as defenda, mesmo que isso seja espalhar mentiras. As mentiras que se espalham e convencem as pessoas não surgiram com as redes sociais.

Por Thiago Carvalho

JORNAL MINAS reforça seu compromisso com o profissionalismo, a qualidade e o jornalismo mineiro. Nossa redação fornece informações responsáveis ​​e confiáveis ​​todos os dias. Apoie a informação de qualidade, siga-nos pelas redes sociais – Facebook Instagram Twitter Whatsapp

Compartilhar esta notícia:


Comentários

Ainda não recebemos comentários. Seja o primeiro a deixar sua opinião.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *



Redes sociais
Jornal Minas