08/abr

“Procedimento foi correto”, diz médico veterinário sobre sacrifício de cavalo em Nova Lima

Nesta quarta-feira (7), o desfecho de um acidente que envolveu um cavalo e um caminhão na Avenida José Bernardo de Barros, bairro Cascalho, gerou grande comoção nas redes sociais.

Conforme Boletim de Ocorrência da Polícia Militar, o cavaleiro Tiago Oliveira perdeu o controle sobre o seu cavalo e foi atingido de frente por um caminhão.  Na colisão, Tiago conseguiu saltar sem nenhum ferimento, enquanto que o animal ficou seriamente ferido e teve a pata traseira fraturada.

A Polícia Militar foi acionada junto com Fabrício Corlaite, que é médico veterinário municipal e também da Associação dos Cavaleiros e Criadores de Nova Lima. Após avaliação clínica e a identificação de ferimento irreversível, o especialista orientou a prática da eutanásia.  O animal foi então abatido pelo policial militar com um disparo de arma de fogo, em via pública, e o corpo foi retirado por uma equipe da prefeitura de Nova Lima.

Veja o vídeo

Remoção aumentaria o sofrimento do animal

Após avaliação, o médico veterinário constatou que o deslocamento traria mais sofrimento. “Ele poderia ser transferido para outro local, mas tal atividade causaria mais dor, além dessa ação ser mais estressante para o pobre animal”, diz.

Desta forma, não seria possível a eutanásia por outros meios clínicos ou injeção letal, devido à exposição do local e também pela reação que poderia levá-lo a agonizar por vários minutos.

Diante desse quadro, o sacrifício foi feito no mesmo local, com arma de fogo, que de acordo com o médico é um “procedimento menos doloroso, mesmo sendo, uma atitude grosseira aos olhos” da população.

Segundo Fabrício, a Polícia Militar sensibilizada com o que iria acontecer, tentou dispersar a multidão para que não presenciassem a dolorosa cena e ainda se preocuparam em pesquisar um projétil que abreviasse o sofrimento do equino mais rápido.

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Procedimento correto

Nas redes sociais, internautas reagiram com tristeza e protestos em relação ao procedimento adotado pelos profissionais:

O ato, no entanto, é a norma utilizada em animais desse porte diante de ferimentos graves como o que ocorreu. O sacrifício é regulamentado pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), na resolução n°1000 de 11 de maio de 2012, que dispõe sobre procedimentos e métodos da eutanásia em animais: “Art. 3° a eutanásia pode ser indicada nas situações em que: I-  bem-estar do animal estiver comprometido de forma irreversível, sendo um meio de eliminar a dor ou o sofrimento dos animais, os quais não podem ser controlados por meio de analgésicos, de sedativos ou de outros tratamentos”.

Fabrício Corlaite afirma que o procedimento da eutanásia veterinária foi realizado dentro da lei. Ele ainda explica que “a ética veterinária não permite que se cause mais dor ou sofrimento ao animal e a causa do problema deve ser contida o mais rápido possível”.

O sacrifício por meio de arma de fogo, também foi realizado dentro das normas do CFMV que define que ele “deve ser aplicado por pessoa altamente treinada e de preferência pela força policial, com projétil desferido diretamente à cabeça do animal para morte imediata”.

Amante de cavalos discorda

O presidente da Associação dos Cavaleiros e Criadores de Nova Lima, Tony Catireiro, não concorda com o sacrifício do animal em via pública, sem prestar os primeiros socorros. Segundo ele, “o correto seria conduzir o cavalo para uma unidade veterinária para a realização de exames preliminares”.

Além disso, ele levanta outras questões sobre animais pela cidade. Segundo ele, a Prefeitura, por meio do setor de zoonoses, deveria fiscalizar e notificar abandono ou maus tratos a animais que, segundo ele, “vem acontecendo em nosso município” e por isso, gostaria “que fossem tomadas as devidas precauções”, diz.

Em nota, o Prefeito de Nova Lima, João Marcelo, disse “que recebeu com tristeza a informação e solicitou a apuração dos fatos”.

Por Roberto Márcio

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Comentários

  1. Dar tiro em via pública não é permitido a não ser em legítima defesa para preservar vida , a corregedoria tem de punir os responsáveis pela atitude erronêa , conseguem fazer dormir até animais muito maiores porque não fizeram ao cavalo ? Dar tiro em via pública na frente de transeuntes inclusive crianças é ilegal , deveriam então isolar o quarteirão para atirar não fazer como foi feito ,punir é preciso

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