28/jun

Em áudio Tiago Tito assume “rachadinha” e culpa funcionários pelo esquema no gabinete

Em mais um capítulo envolvendo a prisão do vereador, Tiago Tito revela que o esquema de “rachadinha” acontecia em seu gabinete. O Jornal Minas teve acesso a áudios gravados pelo próprio vereador onde conversa com sua ex-assessora e denunciante.

O arquivo foi periciado pelo Instituto Mineiro de Perícia, empresa contratada pela defesa de Tito, preso desde o dia 11 de maio. Os peritos que assinam o laudo são, Eder Márcio Mascarenhas e João Sinval Patrício da Silva. João Sinval é o mesmo que examinou e emitiu laudo durante a campanha eleitoral 2020, onde o então candidato a prefeito Wesley de Jesus se disse vítima de fake news.

Leia: Laudos contraditórios acirram a disputa eleitoral em Nova Lima

Em conversa com a ex-assessora , Tiago Tito diz ter ciência plena da suposta devolução, o vereador evita usar o termo “rachadinha”, tratando o esquema entre os assessores como “ajeitamento”. Tiago Tito deixa claro que os responsáveis pelo “ajeitamento” (Rachadinha) seriam os assessores “Thiago e Romulo”, e que eles teriam feito os acordos sem a autorização do parlamentar.

Em um trecho da conversa a ex-assessora fala para Tito que o “décimo terceiro que eu tinha te falado, eu já tava juntando pra poder te passar o que tinha faltado.” Isto corrobora com um print de mensagens que está anexado as provas onde o chefe de gabinete diz que o vereador estaria cobrando a parte do 13º salário da assessora a época.

Ao final a denunciante encerra a conversa  com uma proposta para o vereador “se você quiser me devolver tudo que eu te dei a gente acerta e pronto e acabou, eu nunca mais, cê nunca mais vai ouvir falar nem nada de mim, vai ter gente que vai denunciar, eu vou mentir, vou falar que não teve nada e pronto e acabou. Vou alugar a minha casa e vou mudar de Nova Lima, ninguém vai me ver mais.”

Os áudios datam de dezembro de 2020, apesar do suposto acordo na conversa,  o decorrer desta situação não foi amistoso entre os dois, quando  Tiago Tito e o chefe de gabinete foram presos pela Polícia Civil, durante a segunda fase da operação Contrato Leonino por pratica de rachadinha, associação criminosa, corrupção ativa e passiva, falsidade ideológica e uso de documento falso, dispensa irregular de licitação e lavagem de dinheiro.

Ouça o áudio a baixo:

Assessores seguem contratados pelo gabinete do vereador

Em pesquisa ao portal de transparência da câmara de Nova Lima, encontramos os dois assessores com os nomes correspondentes aos citados no áudio designados ao gabinete de Tiago Tito com os salários de R$7.700,00 e R$11.500,00, veja os comprovantes.

Fonte: https://www.cmnovalima.mg.gov.br/servidores-por-nomes

Análise Política

A situação de Tiago Tito se agrava ainda mais com estas provas de que o acordo sobre devolução de salário em seu gabinete de fato acontecia, mesmo tentando dizer não ter conhecimento pleno disto. Mas, em várias partes do áudio, Tito se contradiz culpando Thiago Fernandes e Rômulo, transmitindo a responsabilidade do crime aos assessores.

A cada dia, a quebra de decoro fica muito mais evidente e tornando quase impossível uma não cassação pelos seus companheiros de legislatura. Segundo informações, Tito já foi intimado pela Comissão Processante, constituída por Juliana Sales (Presidente), Danúbio Machado (Relator), ambos do Cidadania e Viviane Matos (DEM) membro. Tiago Tito tem 10 dias corridos da data de intimação para apresentar defesa.

O que a população espera, neste primeiro momento é uma investigação séria,  assim que o relatório de Danúbio apontar pela continuação do processo de cassação. A exposição negativa que este caso traz a Câmara Municipal de Nova Lima e as práticas ali conduzidas pelos parlamentares e seus assessores estão em “xeque”. O vereador Danúbio responsável por este parecer, tem em suas mãos a tarefa de trazer a confiança da população de volta, e demonstrar ao nova-limense que ali existem vereadores sérios e honestos que não compactuam com crimes como os cometidos. O legislativo municipal não pode ignorar a quantidade de provas, e já que não faltam provas contundentes do desvio de conduta do parlamentar julgado, a cassação é iminente.

Por Thiago Carvalho

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