13/fev

A cidade mineira do futebol amador – Liga de Nova Lima é destaque no Estado

A terra do ouro, do verde e da cerveja artesanal ganhou nos últimos anos mais um título: a terra do futebol amador. Os campeonatos de várzea em Nova Lima têm ganhado visibilidade no cenário mineiro e é uma das poucas competições municipais com transmissão ao vivo por TV local e na plataforma de Youtube. Nesse ano, a competição ganha mais um canal de divulgação, com a cobertura dos jogos, que será realizada pelo Jornal Minas.
Com 78 anos de atividade, a Liga Municipal de Desportos de Nova Lima coordena as competições que movimentam cerca de 40 times de diversos bairros. Fora do período de pandemia, em um final de semana, a modalidade envolve cerca de 1200 atletas e chega a atrair um público de 5 a 10 mil pessoas, distribuído em partidas simultâneas, nos 17 campos espalhados pela cidade. O presidente da Liga de Nova Lima, Leandro Oliveira, explica que, hoje, “o engajamento do futebol amador é similar ao profissional”. Somente a final do Amador de 2019, entre os clubes Palmeira (Rua Nova) e Morro Velho (bairro Cristais) levou cerca de três mil torcedores ao estádio Castor Cifuentes.

Leia: Nos pênaltis Palmeirinhas conquista o Campeonato Amador em Nova Lima

Reconhecimento atrai atletas profissionais

Além do sucesso de público, o campeonato também atrai jogadores que já fizeram parte de grandes times do circuito nacional.

Leandro conta que, “nos últimos cinco anos, cerca de 10 profissionais disputaram os torneios nova-limenses”. O ex-Villa Nova Gleisão, já disputou em vários times profissionais do interior de Minas e, desde o ano passado, elenca o time do Palmeira (bairro Bom Jardim). Já Luizinho, ex-Cruzeiro, também já passou pelo Santos, Ipatinga e, há dois anos consecutivos, defende o Cosmos, do bairro Boa Vista. Pelo mesmo clube, Walter Minhoca, que já teve passagem pelo Cruzeiro, Ipatinga e Flamengo, também brilha nos campos nova-limeses desde o ano passado. O nova-limense Leonardo “Nado”, ex- Villa Nova, também já disputou pelo Atlético Mineiro, Flamengo, Curitiba, Ponte Preta e, há dois anos, atuou respectivamente no Palmeira (Rua Nova) e Esperança (bairro Mingu).
Além deles, Somália, ex-Fluminense e América Mineiro, disputou em 2019. Vários ex-atletas que já fizeram a alegria da maior torcida do interior de Minas Gerais, o Villa Nova, também migraram para o Amador, como Robertinho e Cicinho, ex-atleta que tem a carreira mais longa pela Liga de Nova Lima.

 

 

Gestão superou crise financeira

Envolvido nesse universo há 21 anos, Leandro já desempenhou diversas funções como assistente, diretor técnico e representante de jogo. “Trabalhei com três presidentes diferentes até chegar a minha vez”, diz. Reeleito para o seu segundo mandato, dentre suas maiores conquistas, Leandro considera o equilíbrio nas contas da entidade que enfrentava problemas financeiros quando ele foi empossado. “Assumi no meio da crise administrativa da Prefeitura de Nova Lima, em 2017. O município passava por um momento delicado financeiramente e a organização também. No entanto, conseguimos equacionar e, assim, mantê-la em atividade”, conta. Em 2017, por falta de recursos, fizeram somente o Campeonato Amador. Já em 2018 e 2019, com a redução das dívidas, retomaram todas as competições que são o Sub-13, Sub-15, Sub-17, Master e o Amador 3 divisões. Porém, com a pandemia, com as restrições, novamente tiveram de reduzir as competições.

 

Leandro – Predidente da Liga de Desportos em Nova Lima

 

Determinação e segurança em tempos de pandemia

Além de reequilibrar as contas, garantir as competições em tempos de coronavírus, também foi um grande desafio. A necessidade de medidas preventivas rigorosas e a criação de protocolos de segurança, com base nas orientações do Comitê Covid-19, dificultou a realização das partidas. Com cerca de 130 ligas em todo o Estado de Minas Gerais, Leandro se orgulha de liderar uma das poucas que conseguiu manter o calendário do Campeonato Amador. Em 2020, foram realizados jogos de duas divisões na categoria adulto: a série A1 e A2 e a série B. Segundo Leandro, a participação dos clubes foi facultativa. “Só entraram os que quiseram”, diz.
Para garantir a segurança de todos, foram feitas aferições de temperatura durante os jogos, distribuição de água mineral para evitar o compartilhamento de objetos, além de proibir o uso de vestiários. “Para evitar aglomeração, os jogadores já chegavam uniformizados, prontos para as partidas”, explica. Sem a presença da torcida, os eventos esportivos envolveram “somente os atletas e agentes como os representantes da Liga, segurança privada e diretores”, explica Leandro. Mesmo diante das restrições, a competição foi um sucesso e, o resultado desses esforços, ele divide com os dirigentes das associações. “Os clubes acreditaram em nosso trabalho e compraram a ideia. Era uma situação nova, seguimos todos os protocolos, não teve surto de Covid em nenhuma das equipes e conseguimos levar até o final”, comemora.

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Para 2021, o presidente da Liga diz que a expectativa “é que todos estejam vacinados”. Mas, se isso não ocorrer, ele diz que vai trabalhar para que os torneios sejam realizados nas mesmas condições do ano passado, seguindo todos os protocolos da Covid-19.

Copa da League of Legends será disputada neste sábado (13)

Enquanto os jogos não começam, a Liga não perde tempo. Atenta à necessidade de promover interação entre os jogadores em tempos de pandemia, além do engajamento da juventude, a entidade é a primeira de Minas Gerais a realizar uma competição de Esporte Eletrônico em âmbito nacional. De acordo com informações na página da instituição no Facebook, o game escolhido foi o League of Legends, cuja transmissão “já chegou na telinha de grandes emissoras” como a Rede Globo. Ainda de acordo com a postagem, “no Brasil, o LOL, como é conhecido pelos entusiastas, ultrapassou a marca de oito milhões de jogadores em 2020, sendo que ao redor do mundo, são 100 milhões de jovens e adultos conectados”. Sobre a iniciativa, Leandro diz que o objetivo é “proporcionar mais engajamento, criar alternativas de competição e atrair mais visibilidade para Liga”, explica.

Por Ana Carina Rodrigues

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