06/maio

Professores brasileiros acreditam que educação pública vai piorar

Segundo pesquisa realizada pelo Instituto Casagrande com 5 mil docentes de todo o Brasil, 61,2% dos professores consultados acreditam que a educação pública vai piorar no país na próxima década. Já 25,6% creem em melhoras, enquanto 9,2% afirmam que não haverá nenhuma mudança significativa no período. Os demais 4% não souberam responder ou não concluíram a pesquisa

O presidente do instituto, Renato Casagrande, afirmou que a pesquisa é um sinal de que a educação brasileira vive uma crise de otimismo, identidade e perspectivas, o que preocupa muito. Para debater o tema, será realizado em Curitiba, de 31 de maio a 2 de junho, o 4º Congresso Internacional Um Novo Tempo na Educação, que contará com a participação de especialistas, psicólogos e agentes públicos ligados à área.

A pesquisa foi feita para subsidiar os palestrantes do congresso e contribuir para uma análise de temas que preocupam os professores e justificam esse desânimo por parte dos docentes.

Os professores esperavam estar mais otimistas após a volta às aulas presenciais no pós-pandemia da Covid-19, mas tiveram um impacto emocional negativo ao voltarem para a mesma estrutura física de antes, que entrou em choque com as metodologias aprendidas no ensino remoto. Além disso, a escola continua despreparada para lidar com tecnologias básicas e novas tecnologias, como a inteligência artificial e o ChatGPT, segundo Renato Casagrande.

Para os professores consultados, os novos professores não são mais vocacionados como os antigos e escolhem o magistério não por vocação, mas por uma oportunidade e por ser um curso mais barato. Isso contamina o meio e não há critério na seleção dos professores pelas escolas, afirmou Casagrande.

O ex-ministro da Educação Cristovam Buarque avalia que o resultado da pesquisa reflete as incertezas sobre os desafios atuais e a velocidade cada vez maior das mudanças nas áreas educacional e pedagógica. A segunda parte da pesquisa, quantitativa, será realizada esta semana para mensurar o quadro de apatia demonstrado pelos professores brasileiros no pós-pandemia da Covid-19 e o quanto se sentem despreparados para lidar com as novas tecnologias.

Por Fernando Fraga/AGB
Foto: Arquivo/AGB

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