09/ago

Zema defende aliança Sul/Sudeste e compara Nordeste a ‘vaquinha que produz pouco’

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), provocou reações entre políticos ao afirmar que a aliança Sul/Sudeste, representada pelo Consórcio do Sul e Sudeste (Consud), está em desvantagem no Senado, mas merece protagonismo político devido à significativa influência que possui na Câmara dos Deputados. Suas declarações causaram reações, gerando debate sobre as desigualdades regionais e o papel das regiões na economia do país

Em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo”, o Governador mineiro expôs sua visão sobre a aliança política formada pelos estados do Sul e Sudeste. Enquanto reconheceu que o Consud enfrenta desvantagem numérica no Senado, com 27 representantes em um total de 81, ele enfatizou a importância de considerar os 256 deputados que compõem a aliança na Câmara dos Deputados. Zema defendeu que as regiões Sul e Sudeste também devem receber benefícios em relação a contribuições, alegando que a visão predominante de que essas regiões são ricas e não precisam de apoio não é correta.

Zema questionou o direcionamento de recursos para o Nordeste, Centro-Oeste e Norte através da criação de um fundo na reforma tributária, que está em discussão no Senado. Zema levantou a questão de se as outras regiões do país, incluindo o Sul e Sudeste, não enfrentam desafios sociais e econômicos. Ele comparou a situação a um produtor rural que dá mais atenção às vacas que produzem pouco leite, enquanto deixa de lado aquelas que têm maior produção.

Zema destacou que é fundamental tratar todas as regiões de forma equitativa e que o Consórcio do Sul e Sudeste deve desempenhar um papel importante no cenário político, aproveitando sua influência representada pelos 256 deputados. Ele salientou que as decisões devem ser tomadas considerando os interesses de todas as partes envolvidas e defendeu a proporcionalidade na representação política.

O governador enfatizou que a região Sul-Sudeste contribui significativamente para a economia brasileira, representando cerca de 70% dela. Ele citou exemplos de atuação política da aliança, incluindo a insistência em uma representação proporcional ao tamanho da população no conselho federativo, para evitar que apenas algumas regiões detenham o poder de decisão.

As declarações do governador Romeu Zema geraram reações e debates. O presidente do Consórcio do Nordeste e governador da Paraíba, João Azevêdo, criticou o posicionamento de Zema, afirmando que fomentar uma competição entre as regiões não leva em consideração as desigualdades existentes no país. Azevêdo ressaltou que é crucial reconhecer o potencial econômico do Nordeste e sua contribuição para o crescimento do Brasil.

O ministro da Justiça, Flávio Dino, chamou nesse domingo (6) o  governador de Minas Gerais, Romeu Zema (NOVO), de “traidor da Pátria”.

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, saiu em defesa da ideia e afirmou que o grupo quer mais “equilíbrio” na reforma tributária.  “A gente nunca achou que os estados do Norte e do Nordeste haviam se unido contra os demais Estados do país. Pelo contrário: a união em torno desses Estados em torno da pauta que é de interesse comum deles serviu de inspiração para que a gente possa finalmente fazer o mesmo. Não tem nada a ver com frente de Estados contra Estados”, afirmou Leite.

Por Jorge Marques
Foto:

Compartilhar esta notícia:


Comentários

Ainda não recebemos comentários. Seja o primeiro a deixar sua opinião.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *



Redes sociais
Jornal Minas